A CONFERÊNCIA – PARTE 3/5

No período da tarde uma palestra muito interessante e divertida entitulada de “Project Management Outsourcing: Threat or Opportunity“, comandada pelo Croata Dino Butorac.

O objetivo da palestra foi debater entre todos os participantes os pontos positivos e negativos de se terceirizar os gerentes de projetos ao invés de mantê-los in-house, um termo bastante usado pelo croata em suas colocações.

Vou comentar um pouco sobre o que ele nos passou, e desafio você a analisar também a seguinte questão: “A terceirização do gerenciamento de projetos é uma ameaça ou uma oportunidade?”.

O sr. Butorac nos ajudou a refletir muito sobre este tema nos oferecendo as seguintes afirmações baseadas em suas experiências e estudos anteriores:

  • Se for necessário, como podemos fazer esta terceirização:
    1. Definir as necessidades;
    2. Escolher os provedores de serviço, neste caso empresas de gerenciamento de projetos.
  • Benefícios incluídos:
    1. Aumentar e melhorar a prática do gerenciamento de projetos dentro de casa, trazendo experiências externas, sem os vícios já embutidos na organização;
    2. Diminuir as influências da política da organização no gerenciamento;
    3. Flexibilizar de custos.
  • Desvantagens:
    • Enfraquece o relacionamento entre gerente de projeto e a organização;
    • Pode gerar um desconforto no time de gerencimento de projetos interno, caso não seja bem claro e transparente este processo de terceirização;
    • Menor controle sobre as ações do time de gerenciamento externo;

Com isso a pergunta sobre ser uma ameaça ou uma oportunidade, é respondida com um simples e ao mesmo tempo complexo isso depende.

Depende sim, da estratégia da empresa, da maturidade do time interno de gerenciamento e do projeto específico, ficando a dica de que em projetos pequenos e curtos provavelmente a opção de usar um time interno seja mais oportuno.

O importante então, é pensar bem nos benefícios e ameaças da terceirização do gerenciamento de projetos e tomar esta decisão com transparência e clareza, tanto para organização contratante, quanto para a contratada.

Na sequência viajamos da Croácia para a Austrália, ao recebermos a australiana Brenda Treasure, com a palestra “Team Behaviours: How to break-through that understanding barrier“.

Brenda nos prendeu com uma palestra sobre o comportamento das pessoas nos ambientes profissionais, focando principalmente no entendimento e liderança de um time, através de uma curiosa teoria que mostra como os profissionais se motivam e funcionam em grupo, e como podem ser identificados e separados em grupos de cores. Estas cores pertencem a teoria que fala dos estilos de valor motivacional, conhecida como MVS, parte integrante da ferramente SDI® (Strenght Deployment Inventory®), que ajuda as empresas a resolveram os problemas de comunicação e conflitos.

Ela começou falando que a efetividade de um time depende da qualidade do relacionamento de seus integrantes, o que pode levar ao sucesso ou fracasso de um projeto, além de destacar as seguintes características principais de um líder:

  • A liderança começa consigo mesmo;
  • Inspire e lidere seu time;
  • Seja um bom ouvinte;
  • Crie uma conexão real com os membros do seu time;
  • Motive seu time com entusiasmo;

Um conceito muito importante que a sra Treasure nos passou foi que a motivação é o que está dentro de nós, e o comportamento é que está externo e é o que os outros podem ver, então precisamos ter uma motivação, uma intenção e um comportamento para provocarmos mudanças que possam gerar um ambiente motivacional.

Outra questão abordada pela australiana foi que um bom líder deve identificar as características de seu time, conhecer a sua equipe, saber de suas limitações, defeitos e qualidade, e principalmente não tentar mudar o comportamento do grupo, no máximo mudar o seu próprio comportamento visando melhorar os relacionamentos, e através da sua própria mudança influenciar o comportamento do grupo.

O MVS é baseado na teoria da sensibilização do relacionamento, que foca principalmente em perceber os comportamentos através de um sistema de cores, diferenciando os comportamentos nas cores azulvermelhoverdee um misto de cores, denominado hub.

Abaixo podemos ver uma uma representação gráfica do sistema de cores do MVS, e logo a seguir uma breve descrição sobre as características comportamentais que se enquadram em cada cor.

  • Azul: Autruísta-Orientador(alimentador)
    • Preocupado com a proteção, crescimento e bem-estar dos outros, esperando sempre pela oportunidade de ajudar quem precisa. 
    • É falante e divertido.
  • Red: Assertivo-Direcionado
    • Preocupado com a realização das tarefas, com a organização das pessoas, com o tempo, dinheiro e qualquer outro recurso para alcançar o resultado desejado.
    • Só se importa com os resultados.
  • Verde: Analítico-autônomo
    • Preocupado em garantir que as coisas tenham sido bem pensadas, que esteja tudo correto e bem detalhado, além de buscar a melhoria da qualidade.
    • É autoconfiante, independente e individualista.
  • Hub (mistura de cores): Flexível-Coerente
    • Preocupado com flexibilidade e adaptabilidade, além do bem-estar do grupo através de harmonia e consenso.

Além das cores citadas acima, há as misturas de azul-vermelho, vermelho–verde e verde-azul, onde as características são combinadas, e neste caso pode ser destacado que pouquissimas pessoas possuem apenas uma cor característica, mas sim mais de uma.

O mais importante de tudo isso é percebermos, principalmente como líderes, que o nosso time irá com certeza possuir integrantes com todas estas “cores“, e caberá a nós identificá-las, destacá-las e gerar uma harmonia no relacionamento do grupo entre todos estes comportamentos.

Não devemos tentar mudar a nossa equipe, mas sim, fazê-la atingir o sucesso desejado e os resultadosesperados, sabendo que não há uma “cor” melhor que a outra, e a verdade é que precisamos de todas e com certeza todas juntas se completam e possibilitam o surgimento de times fortes que podem obter muito sucesso juntos.